sexta-feira, novembro 24, 2006

Conselho do dia


Mulheres...façam sempre uma alimentação saudável:
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Prefiram homens de fibra


"Fogo"

Superlativo

...será machismo, bom gosto ou, apenas, um gosto como outro qualquer?

"Terra"

A minha "Musa"

...tão querida.

"Terra"

quinta-feira, novembro 23, 2006

Amigo



Sweet November

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Convocaste-me para um almoço... daqueles que demoram toda a preguiça da tarde.... daqueles que só podemos ao fim de semana.... em que vamos esvaziando garrafas de Lambrusco, verde. Ouvimos os velhos cds de chill out, e atiramos pedras de conversa, sonhamos ao vento!

Sentei... tentaste chocar-me. Emudeci.

Como pudeste tu? Como te atreveste a gostar mais dela que de mim? Vais deixar de me ligar sempre que a aparelhagem não funciona? Vais deixar de me acordar a meio da noite porque tiveste uma ideia para o livro que esperas vir a existir? Quem é que te vai segurar a cabeça quando fizeres essas asneiras, que só tu....

Já não precisas do meu colo? Do meu sofa para as noites em que não podes entrar em casa? Da minha bicicleta para dares charme à beira mar ao fim de semana? E logo tu, que vinhas empre cansado.... e repetias que era comigo que ias ficar.... porque são todas umas pirosas! E eu que acreditei.

Agoras atiras-me esta novidade.....tenho uma namorada... tu conheces.... e deixei de te ouvir. Quero lá saber quem é! Quero lá saber o quão maravilhosa é? Deve ser uma pirosa como todas as da marginal! Como te atreves sequer a dizer que vou gostar dela? Não quero almoçar com ela.. não a quero conhecer..... Como é que isto aconteceu e eu não reparei?

Percebeste o meu olhar... e sucumbiste. O remorso do tempo que me ocultaste... a ilegitimidade que tenho em te cobrar... o quão feliz quero que sejas... mas...

O copo que ficou vazio em cima da mesa... a alma cheia de duvidas que trouxe para casa... e o teu coração cheio por alguem que não eu!

"Fogo"

Da minha torre de Narciso


Ao sol, ao vento, à música, levanto
Esta voz que não tenho. A Deus imponho
A obrigação de me escutar o canto
E entender o que digo e o que sonho.
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A mim me desafio. Aos outros ponho
A condição de me odiarem tanto
Que não descubram nunca o que suponho
O meu secreto e decisivo encanto.
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Contra o que sou me guardo e quando oiço
Falar do que pareço, posso então
Encher o peito de desprezo e riso.
Pois só eu me conheço e só eu posso
Subir até àquela solidão
Onde me incenso, amo e realizo.
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Ary dos Santos
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"Terra"

Ser

É ir e não ficar,
é vir e lá permanecer.

"Terra"

Agenda

Ele hà coisas que têm de ser feitas com tempo... no compasso dos dias.
Mudar de agenda, é sem duvida uma delas! Enquanto o final do ano se aproxima... organizamos os proximos 365 dias. Preparamo-nos para a despedida daquele bloco de papel impessoal e réguado, comprado em meados de Novembro... e tornado vida, com os retalhos do nosso tempo!
Folheando os dias, recordo-me do final de Janeiro....das semanas de loucura em Março, daquele lanche agendado, para o qual te atrasaste... e rabisquei flores... muitas flores no 20 de Fevereiro.
E os anos da S.... e tantos outros que voltam a rechear a liberdade do meu tempo feito papel! A ridicula reunião de Junho... e Bruxelas! ah Bruxelas... que saudades! Tantas diligencias para o proximos ano! Verdade anda não veio a sentença deste!!
E o email... de Agosto. O primeiro.
Para este ano ainda não tenho casamentos....o que me liberta caixas de horas preenchidas com provas, com sapatos e carteiras... e que números de telefone são estes, rabiscados rapidamente num cantinho jà carcomido? Numeros jà sem nome... mas que marcaram certamente o dia em que os eternizei neste caderninho de papel!
Encontrei-te... Thomas J. Watson Jr, "If you stand up and be counted, from time to time you may get yourself knocked down. But remember this: A man flattened by an opponent can get up again. A man flattened by conformity stays down for good." lema de tantos dias. Passas para esta nova.. que hoje começa a estagiar na minha carteira... vai-se habituando ao perfume... às chaves e à loucura descontrolada do pequeno lápis.
E a ampulheta do tempo que não pára... tranformando dias e horas em vida... tendencialmente planeada.. tendencialmente organizada, objectivamente vivida!

"Fogo"

quarta-feira, novembro 22, 2006

Gentleman




À hora marcada, ele toca à campainha - já devidamente equipado com um ramo de margaridas - e pede-lhe que desça. O dia no escritório tinha sido absolutamente infernal. Espera quarenta e sete minutos e meio e quando a vê, sorri-lhe como se tivesse acabado de chegar. Ajuda-a a abrir a porta de casa e, num mesmo momento, a fechá-la. Cumprimenta-a com um beijinho e oferece-lhe as flores, em forma de ramo. Abre-lhe a porta do carro, espera que ela entre e fecha-a, de seguida. Ele entra depois. Ele sempre depois. Chegam ao restaurante preferido dela, ele abre-lhe a porta do carro, fechando-a de imediato, entrega as chaves do carro ao porteiro, dá a dianteira à sua mulher e vão para a mesa em frente ao mar. A mesa dela. Puxa a cadeira antes que ela se sente, ajeitando-a, depois, de forma confortável. A lista das iguarias é diferente. A dela não tem preço. No fim, ele paga a conta, "por supuesto". Chegados a sua casa - de ambos, note-se - ela toma a dianteira rumo à casa de banho - de ambos, again - onde, num ritual nunca rápido, se desmaquilha e prepara para uma boa noite de sono. Ele, extenuado por um dia de trabalho frenético, adormece em frente ao televisor que ligara maquinalmente. Acorda, estremunhado duas horas depois. Dirige-se ao quarto de banho, deixado numa curiosa e habitual - registe-se - desordenação e prepara-se para a continuação do sono. Não sem antes deixar cair uma festa enternecida na cabeça dela. Não sem antes a beijar, com o amor que sempre lhe teve. Amanhã - quarta-feira - vão os dois ao super-mercado. Cumprem, assim, um ritual antigo. Sempre à segunda quarta-feira do mês. Ela de papel na mão e dedo indicador em riste dá-lhe as pistas rumo à descoberta das compras - sejam elas, couve lombarda, super-pop limão ou queijo edam meio gordo -, rumo que ele segue religiosamente. Formámos uma boa equipa, pensa ela. No final, carrinho cheio rumo à caixa, ela ultrapassa-o e, num arremedo de voluntarismo, diz-lhe que, desta vez - frisando bem o facto de ser só desta vez -, coloca os produtos comprados nos respectivos sacos de plástico. Ele agradece-lhe, paga a conta e carrega com as compras. Abre a porta do carro, a dela, claro, deixa-a entrar e fecha-a. Abre a mala, coloca lá tudo que é saco e senta-se, arfando...ainda que levemente. Chegados à garagem de casa e depois de ele lhe abrir a porta, dá-lhe - a ela, claro - uma súbita vontade de ir à casa de banho. "Vai lá querida, eu levo isto. Não te preocupes, já falta pouco", diz ele. Ao que ela sorri e, com a confiança que Deus lhe deu, solta esta pérola: "Hoje tens de carregar no botão do elevador sozinho, querido...mas, como "te" meti as coisas nos sacos, estamos quites, verdade?.." Ele não resiste a sorrir, com aquele mesmo sorriso com que a esperou no altar, faz, por agora, um "rôr" de anos.
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Questão de cultura ou machismo, ou melhor, será o machismo, apenas, uma questão cultural?
"Terra"

Machista



Chega a casa, cumprimenta a mulher e os filhos...carinhosamente, diga-se. Senta-se, dá uma vista de olhos pelos jornais e televisão. A mulher, essa, trata dos banhos dos miúdos, dá-lhes o jantar e, no fim dos respastos atribulados dos infantes, enquanto prepara o jantar a dois, entrega-os ao pai que, babado, se diverte com as suas novas travessuras. A mesa preparada por ela, de antemão, estava pronta. Faltava o jantar. "És capaz de me deitar os olhos no forno, enquanto deito os miúdos?". Logo agora que o futebol vai começar, pensa ele. Que sim, responde de cara alegre. Chegados à sobremesa: "Não há uma bananita?", pergunta ele. "Hoje, não tive tempo de ir à mercearia...vou amanhã. O Joãozinho esteve impossível e não tive coragem de o deixar com a Conceição." - responde ela. "Como é possível?", pergunta-se ele. "Não teve tempo? O que seria de mim se desse como justificação para o incumprimento das minhas obrigações, o facto de não ter tempo?", interroga-se, ainda e uma outra vez. No seu entender, ele cumpre a sua parte - dá o couro e o cabelo no escritório e traz o dinheiro para casa - e ela não. Não se organiza, podia fazer a coisa melhor, a bem dizer, devia fazer a coisa melhor...à sua maneira. No fim-de-semana a rotina mantém-se, agravada pela falta da empregada. A poesia - porque, apesar do cansaço de ambos (como será que ela se cansa?, indaga-se ele fransindo, simultaneamente, o sobrolho) ele consegue, ainda, cativá-la para um passeio para lá dos muros do quotidiano - chega com as estrelas, quando a noite se deita e os dois trocam palavras de esperança. Amanhã o dia começa de novo, ele no escritório, ela no escritório e...em casa.
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Questão de cultura ou machismo, ou melhor, será o machismo, apenas, uma questão cultural?
"Terra"

Recordação


Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém..
....
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Mário de Sá Carneiro
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"Fogo"

terça-feira, novembro 21, 2006

Ipod


isto do itunes... é mais complicado do que se pensa.
"Fogo"

Saia um "shot" de vodka

...ou mesmo dois.

"Terra"

Hoje joga o meu clube

...nas terras frias da Rússia.

"Terra"

segunda-feira, novembro 20, 2006

Regresso

The Bridges of Madison County
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Gosto da palavra Regresso...

"E contudo perdendo-te encontraste.
E nem deuses nem monstros nem tiranos
te puderam deter. A mim os oceanos.
E foste. E aproximaste."
Manuel Alegre

Pois o regresso não é cansaço nem rotina... o regresso é vontade de reencontrar o caminho. É força para trilhar, e renascer. Regressamos como renascemos....


O Regresso é poesia sem menemónica. é prosa com pontuação.


"Fogo"

REGRESSO


Regresso é uma palavra da qual não gosto. A não ser que consiga conceber a repetição simétrica de dois momentos e que estes, obviamente, representem algo de positivo. Não creio, no entanto, nesta possibilidade. O regresso adiciona mais cansaço à rotina, torna-nos, de novo, peças de um maquinismo que, por universal, quase nos aprisiona, faz-nos devolver o sonho impossível à sua dimensão realizável...enfim, o regresso chancela de forma cruel a nossa condição humana, imperfeita e limitada, mas simultaneamente divina...porque o sonho, esse continua.


"Terra"

Benvindos os que regressam das estrelas

dive for dreams
or a slogan may topple you
(trees are their roots
and wind is wind)
trust your heart
if the seas catch fire
(and live by lovethough the stars walk backward)
honour the past
but welcome the future
(and dance your deathaway at this wedding)
never mind a world
with its villains or heroes
(for god likes girls
and tomorrow and the earth)
e.e. cummings

domingo, novembro 19, 2006