Hoje apetecia-me ver-te, em bom rigor apetecia-me ter-te...nas minhas mãos. Em mim, quero eu dizer. Entrar em casa e sentir a tua presença, ao fundo, separando a cortina da janela e interpondo-te entre mim e o rio. O teu olhar sereno, de quem bebeu o que acabou de ler, sentindo, agora, os prazeres de um chá quente e que, com um sorriso mal disfarçado, finge não me ter sentido.
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Apetece-me aquela tensão, aquele turbilhão revolucionário que me provocas. Gosto da sensação que transmites, como de quem lidera a contenda...mas que conhece, reconhece e quer uma liderança partilhada.
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Apetece-me brincar contigo, afastar-te os cabelos da cara e dar-te uma simples festa. Aquecer-te num abraço apertado e aproximar-me da vertigem. Calcular, de uma forma gélida, o grau de probabilidade de voarmos e concluir pela necessidade urgente de te possuir...impeditiva de qualquer bater de asas.
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Apetece-me entrelaçar em ti, sem intermediários...sentirmo-nos em directo com a nebelina do Douro ao fundo.
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Mais do que tudo apetece-me ouvir-te rir...e observar as formas geométricas que a tua cara produz.
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...o teu olhar...oferece-me o teu olhar.
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"Terra"
3 comentários:
Lindo...
Ainda bem que gostou. Vá aparecendo, ainda que a coberto do anonimato.
"Terra"
... assim farei...
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