Esperei muito tempo. Pareceu-me que ele ia se aquecendo de novo, pouco a pouco:
- Meu querido, tu tiveste medo... É claro que tivera. Mas ele sorriu docemente.
- Terei mais medo ainda esta noite... O sentimento do irreparável gelou-me de novo.
E eu compreendi que não podia suportar a ideia de nunca mais escutar esse riso.
Ele era para mim como uma fonte no deserto.
.....
- Pronto... Acabou-se... Hesitou ainda um pouco, depois ergueu-se.
Deu um passo. Eu... eu não podia mover-me. Houve apenas um clarão amarelo perto da sua perna. Permaneceu, por um instante, imóvel. Não gritou.
Tombou devagarinho como uma árvore tomba.
.....
Antoine de Saint-Exupéry- o Principezinho
"Fogo"
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