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Vá.... depacha-te, não o deixes ulltrapassar. Buzina.... idiota! Vá, despacha-te que o tempo não para.... esta chuva que enbarrila o transito da marginal não sabe da minha agenda.... vá despacha-te que tenho cabeleireiro às nove, seminário as onze e jantar às oito... vá despacha-te que pelo meio dou pareceres, faço despachos e consultas.... anda, não me atrases...
O rio corre ao meu lado e eu aqui, a ver a chuva a bater no vidro, protegida na concha.... Ai quem me dera ser gaivota, sem trânsito, sem concha, livre a planar no rio contra a chuva e a favor do vento.... debicando no rochedo olhando para a margem, sem perceber as agendas, jantares, seminários, despachos...
Vá despacha-te... que abano a cabeça deixando para tràs os sonhos impossiveis, encaro a vida com a crueza que não quero.... vá, despacha-te que hoje quero colo! hoje não quero crescer.... hoje não quero ser a esfinge guardiã do meu tesouro... vá despacha-te.... por uma vez despacha-te, neste dia em que a razão me perdeu, e dou a mão ao caminho...
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"fogo"
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