segunda-feira, novembro 13, 2006

GLOBALIZAÇÃO


O seu nome é Sasha. Francesa, Parisiense, de origem, vive há anos na África do Sul. Ar "blazé" ancorado numa auto-confianca que desconheço ser verdadeira. Tem um ar traquinas, não obedece ao padrao normalizado de beleza actual. O cabelo aloirado, em formato pouco penteado, encaracolado o quanto baste estabelece uma dialética muito convincente com a cor verde água dos olhos. Já a boca carnuda, liga muito bem com a com a cor da pele tisnada pelo sol. Ontem bebemos um copo numa "terraza" algures na América do Sul, entre a vinha e o deserto. Com trinta e cinco graus. Pedimos que nos trouxessem uma garrafa para a sombra. Sentámo-nos informalmente por debaixo do chaparro cá do sítio. Ela era a essência, eu o acessório, a luz e eu a sombra, ela o vinho e eu o copo. Disse-me que conhecia a cidade mais próxima, que tinha uma "great night", que seria a minha cicerone. Nao..disse-lhe que nao...por nada de especial. Com ela, naquele momento, nada mais me interessava. "The light that blinds my eyes, shines from you." - cantava o Iggy Pop. Nao nos veremos mais.


"Terra"

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