Sou do Porto, só do Porto, todo do Porto. Mas, feita que está esta declaração de princípio, não posso deixar de dizer que Lisboa me encanta. O Porto é homem, é bruto, é esculpido no sofrimento e sacrifício das suas gentes. Tem o caracter do bom pai de família, tem prudência na actuação, é conservador na atitude e liberal no mercado. O Porto fez-se a si próprio e esse é o seu grande trunfo. Lisboa é Senhora, menina, mulher, sedutora e insinuante construída nos jogos de ilusão das gentes que nela desaguaram e que por ela se apaixonaram. Tem a luz mediterrânica das paixões tórridas e a temperatura que ameniza qualquer desgosto de amor. A temperatura do sul que faz com que haja sempre um novo desejo à espreita...o seu ritmo e a sua música. Lisboa é, definitivamente, a cidade do hoje, do agora, do já. O Porto, esse, continua a viver na batalha da construção de um futuro diferente...continuando, contudo e também, a sacrificar o seu presente.
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"Terra"
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