A solidão voluntária é um bem de inestimável valor. Diria mesmo que é o bem de que a maioria de nós sente mais falta. Para reflectirmos, sem o barulho de sirenes de ambulâncias ou de travagens bruscas...ao som de Bach ou, porque não, ouvindo a voz esquizofrénicamente deliciosa de Anthony. Para nos reencontrarmos e redimensionarmos o nosso papel no espaço de tempo que nos foi concedido. Mas acima de tudo para podermos servir de uma forma mais coerente os nossos propósitos. Propósitos esses que só terão realização plena quando recebidos pelo outro, constante receptor da nossa actuação.
Já a solidão indesejada conforma o pior dos castigos. A incapacidade de vermos para além de nós, a impossibilidade de comunicar, seja de que forma for, a realização pela rotina...o vazio. O vazio apreendido como tal. O drama de ser sugado conscientemente para o abismo.
.
"Terra"
Sem comentários:
Enviar um comentário