"Não faças aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti. Os seus gostos podem ser diferentes dos teus."
Oscar Wilde
Não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti. O princípio é bonito, socialmente aceitável e politicamente correcto. Mas será que não parte de um preconceito absolutamente tenebroso? De facto a execução prática desta abstracção obriga-nos a ver o outro como um igual e não, como na minha opinião dever ser…um semelhante. E se ainda poderia aceitar a existência indivíduos iguais, já me parece absolutamente de arredar a hipótese, quando de pessoas se trata. A singularidade do indivíduo é cada vez mais esbatida, deixando ao acessório a terrível ilusão de uma standartização democrática mas falaciosa. A riqueza da singularidade do eu é substituída pela falsa presunção de uma terrível igualitarização que esquece e despreza as diferenças. O outro, fundamental na formação do eu, por ser cada vez mais igual é desprezado, sobressaindo deste facto uma hipervalorização individualista que se julga capaz de definir axiologicamente uma existência humana. Assim, a minha sugestão vai no sentido de que se olhe o outro e para o outro tal qual ele é e que se tente a aproximação pela diferença rejeitando, de uma vez por todas, a tirania da igualdade. Afinal Oscar Wilde não estava assim tão errado, ou estava?
"Terra"
1 comentário:
"Devemos ser modestos e lembrar-nos de que os outros são inferiores a nós." disse Oscar Wilde... um autor proficuo no culti da diferença.
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