sexta-feira, dezembro 15, 2006

Um momento Kitsch ou...e não é que o gajo tem toda a razão?!..

"Uma "lady" na mesa
uma louca na cama
na maior safadeza
Você diz que me ama

E na minha cabeça,
desvario e loucura,
quando Você começa,
ninguém mais a segura"

"Terra"

Pride



"vanity and pride are different things, though the words are often used synonymously. A person may be proud without being vain. Pride relates more to our opinion of ourselves, vanity to what we would have others think of us."


Jane Austen


"Fogo"

Pride and Prejudice

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Memorável

Mia: Don't you hate that?
Vincent: What?
Mia: Uncomfortable silences. Why do we feel it's necessary to yak about bullshit in order to be comfortable?
Vincent: I don't know. That's a good question.
Mia: That's when you know you've found somebody special. When you can just shut the fuck up for a minute and comfortably enjoy the silence.
"Pulp Fiction"

"Terra"

Olha ele tão desapontado...

...e já agora - diga-se em abono da verdade - olha ela tão sentida pela jura de amor fracassada.
.......
É Tão facil de entender!..

"Terra"

Ou era?


Anna:Love bores you?
Dan: No, it disappoints me.
in "Closer"
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"Fogo"

Também não era preciso levar tão à letra...

"Why did you swear eternal love when all you wanted was excitment?"

Anna - Julia Roberts - in "Closer"

"Terra"

Closer

Frio...


Os passos eram marcados na neve.
Fincava os saltos das botas já humidas, até ouvir o ranger da neve. Tudo fazia para manter o equilibrio, naquela rua gelada e deserta da madrugada de Quarta-feira. Ao fundo no rio, ainda turvo das chuvas, pousavam as luzes de uma cidade adormecida.
Caminhavam a seu par, silenciosamente todos os seus instantes e dos outros. Todos os amigos que se afastaram, todos os amores que se apagaram, todos os dias que passaram.
Revolveu as mãos geladas entre os bolsos fundos do casaco..... procurava o essencial... não nesses bolsos, mas em todos os recantos de alma que calmamante construíra, reconstruíra, recriara e vivera.
Percebido no fugaz instante em que os olhos se encontraram com a Lua no meio da neblina... e enebrida pela vida, encheu o peito de ar.... "Bolas, não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre"
"Fogo"

Só uma pergunta

Se o essencial é invisível aos olhos - como afirma o Principezinho de Saint-Exupéry - será que tudo aquilo que se nos é dado ver é acessório?
.
"Terra"

quarta-feira, dezembro 13, 2006

A condição humana...


The Girl With Green Eyes
..............
e um olhar perdido é tão difícil de encontrar
como o é congregar ventos dispersos pelo mar...
Ruy Belo
"Fogo"

A condição humana...

"Estou só - estás só. Não penses. Não fales. És em ti apenas o máximo de ti. Qualquer coisa mais alta do que tu te assumiu e rejeitou como a árvore que se poda para crescer. Que te dá pensares-te o ramo que se suprimiu? A árvore existe e continua para fora da tua acidentalidade suprimida. O que te distingue e oprime é o pensamento que a pedra não tem para se executar como pedra. E as estrelas, e os animais. Funda aí a tua grandeza se quiseres, mas que reconheças e aceites a grandeza que te excede."

Virgílio Ferreira in "Para Sempre"

"Terra"

Annie Hall

Skin

terça-feira, dezembro 12, 2006

Solidão assistida

Vivemos num mundo que não tem tempo para pensar. Os mecanismos não podem parar, o modelo engenhosamente construído em volta de sofisticados instrumentos auto-suficientes fazem de nós meros assistentes ou, com algum esforço, mãos numa linha de montagem, prontos a substituir o parafuso mas incapazes de nos questionarmos acerca da sua utilidade.

Cada um de nós se sente capaz de dispensar o outro. A alteridade, outrora fonte de conhecimento, progresso e humanização do relacionamento entre iguais, torna-se dispensável, à medida que, esquecendo o essencial, nos isolamos na rotina. E na rotina todos somos iguais ou, pelo menos, podemos sê-lo. A singularidade do indivíduo é, cada vez mais esbatida, deixando ao acessório a terrível ilusão de uma standartização democrática mas falaciosa.

A riqueza da singularidade do eu é substituída pela falsa presunção de uma terrível igualitarização que esquece e despreza as diferenças.

O outro, fundamental na formação do eu, por ser cada vez mais igual, é desprezado, sobressaindo deste facto uma hipervalorização individualista que se julga capaz de definir axiologicamente uma existência humana. O relativismo; que nada mais significa do que o desespero de uma solidão cada vez mais acompanhada.
.
"Terra"

Génio

...detenho o meu pensamento em Gabriel Garcia Marquez. Um homem que de uma forma genial, ficciona realidades. O génio está próximo da realidade. Está próximo de nós. E, no entanto, apenas uns quantos nos conseguem abrir a janela do que nos rodeia, de uma forma simples. Fazem-nos chegar aquilo que, de uma maneira ou de outra, todos conseguimos pressentir e, mais frustrante ainda, todos pressentimos conseguir.
Erradamente.
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"Terra"

Diálogo(s) comigo mesmo

Sempre aspirei poder escrever, melhor dizendo, sempre desejei saber escrever. Nada que me perpetuasse, nada para a posteridade. Apenas algo que me desse algum conforto, que me servisse de espelho e fosse companheiro de conversas solitárias.

"Terra"

Eyes Wide Shut

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Estou de acordo. Definitivamente!


"O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...

Tem tanta pressa o corpo!
E já passou, quando um de nós ou quando o amor chegou."

Jorge de Sena
"Terra"

Não estou de acordo?




Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação.

Não noutra alma. Só em Deus — ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.


Manuel Bandeira


"Fogo"


Não estou de acordo

...mas pelo menos é (mais) uma visão da "coisa"

"You don't understand, no-one does. When a woman makes the choice to marry, to have children: in one way her life begins but in another way it stops. You build a life of details. You become a mother, a wife and you stop and stay steady so that your children can move. And when they leave they take your life of details with them. And then you're expected to move again only you don't remember what moves you because no-one has asked in so long. Not even yourself. You never in your life think that love like this can happen to you."

Francesca (Meryl Streep in The Bridges of Madison County)

"Terra"

Uma questão de swing

"...já ninguém morre de amor, eu uma vez
andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos,
depressões sincopadas, bem graves, minha
querida.
mas afinal não morri, como se vê, ah não
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz, emagreci bastante, mas safei-me à justa,
oh yes,
ah, sim, pela noite dentro, minha querida.
a gente sopra e não atina, há um aperto
no coração, uma tensão no clarinete
e tão desgraçado o que senti, mas realmente, mas realmente eu nunca tive jeito, ah não,
eu nunca tive queda para kamikaze,
é tudo uma questão de swing, de swing minha querida,
saber sair a tempo, saber sair, é claro, mas saber, e eu não me arrependi, minha querida,
ah, não, ah, sim..."

Vasco Graça Moura in "Sonetos Familiares", Quetzal, Lisboa, 1999

"Terra"

Aviso do Dia

“Take care to get what you like or you will be forced to like what you get”

George Bernard Shaw

"Terra"

Paixão imensa...

...e livro altamente aconselhável!..

"Aquilo só durava umas horas. Eu tirava o relógio de pulso mesmo antes de ele chegar. Ele não tirava o dele e eu receava o momento em que o consultasse discretamente. Quando eu ia à cozinha buscar gelo olhava para o relógio que estava pendurado por cima da porta, «já só faltam duas horas», «uma hora», ou «daqui a uma hora estou eu aqui e ele já se foi embora». Perguntava a mim própria, admirada: « Onde é que está o presente»?"

Annie Ernaux, in "Uma paixão simples"

"Terra"

Coragem!

Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.

Antonio Machado, "Poesías completas"

"Terra"